sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

O retorno à vida simples pode salvar o planeta e a sua vida



Desfrute as benesses materiais, mas nunca perca de vista as virtudes espirituais, a simplicidade, a gentileza, a gratidão e o amor.



Você vive para as suas posses ou as usa para viver?
Há no senso comum a ideia ilusória de que a identidade de alguém está ligada as suas posses. Para a sociedade, você é o que você pode consumir. Muitas pessoas buscam desenfreadamente os bens materiais no afã de garantir um status, uma posição superior na hierarquia social. Há que se tomar cuidado.

Comportamento ansioso gera desarmonia
Na pressa em chegar logo ao destino, muitos optaram o carro como principal meio de transporte urbano. Deixam de apreciar e desfrutar a viagem. O uso excessivo do carro tem trazido sérios danos à saúde do planeta e no físico e mente das pessoas. Incentivar o uso das bicicletas é uma solução para o estresse no trânsito e na vida das pessoas. Estando no carro, você apenas vê a paisagem. Com bicicleta, você faz parte da paisagem e percebe-a com muito maior satisfação. No carro, você fica preso no trânsito. Com a bicicleta você evita o engarrafamento.Com o uso indiscriminado e excessivo do carro, desrespeitamos nossa própria paz, agredimos o meio ambiente sem querer.

Banir o estado materialista ansioso deve ser uma decisão definitiva.

A ansiedade leva ao consumo exagerado, que gera dívida e desperdício. Tudo o que é rápido e industrializado nos afasta das pessoas, da mesa em família, do prazer de mastigar. De dia, o almoço vira um lanche feito em pé, quase na calçada, ao som de buzinas dos carros. À noite, o jantar é diante das sirenes do plantão policial do programa de TV, quando os helicópteros e as objetivas das câmeras pegam detalhes de acidentes de trânsito e corpos estendidos no asfalto.


Um exemplo para pensar
É no Japão, a primeira cidade slow (lento, em inglês) do mundo Kakegawa. A população de 118 mil habitantes foi convidada a andar a pé, morar em casas de bambu e papel e cultivar o hábito de tomar chá japonês (Fonte: Revista Época). Lá, também se estimula o slow travel, que é um turismo em que se conhece, sem pressa, menos locais e mais a fundo cada um deles.
Não precisamos seguir um exemplo assim ao pé da letra, mas casos assim devem nos fazer refletir.
Talvez uma viagem de bicicleta. Busque informações sobre cicloturismo.


Valorize o simples
Comprando conforto e tempo, perde-se  a oportunidade de fazer com as próprias mãos. Claro, não é preciso voltar a cortar lenha (garanto que a primeira árvore que você derrubar para fazer fogo, vai lhe dar sérias dores de cabeça). Mas é preciso decretar que precisamos de menos coisas para viver e de mais tempo para refletir, sorrir e namorar. A gratificação emocional das coisas simples, como o uso da bicicleta, é mais eficaz contra o estresse e mais barata para o bolso. Substituir o carro pela bicicleta é um bom caminho para simplificar sua vida.

Relação moderna entre pais e filhos
Para pais e filhos, no lugar do tempo e dinheiro gastos com programas mirabolantes, não seria melhor apenas desfrutar um tempo juntos?
Não seria muito mais frutífero para a relação, um passeio de bicicleta entre pais e filhos?
Os lugares públicos como os shoppings estão carregados de impessoalidade. Pais querem comprar para os filhos a diversão que não conseguem conceder a eles de graça.
Quando as crianças sentem que sempre estão em segundo plano, ali está um projeto de adulto que poderá não dar tanto valor à vida. Hoje em dia, não sobra muito tempo para as crianças, que crescem sob o fantasma do “ter que vencer”, “ter de ser melhor”, “ter de ser perfeito”. No lugar do afeto, competição na veia. Isso enche de fendas o solo fértil que é o coraçãozinho de uma criança. É preciso ficar atento à educação que estamos oferecendo aos nossos amados filhos.


Prazer imediato versus simplicidade
Enquanto só se anda para a frente, de olho no relógio e na agenda, perde-se todo o resto o redor, e as coisas importantes ficam para trás. Fazer cada vez mais em menos tempo leva ao abismo das sensações.

Os transtornos mentais já estão aí e as pessoas não percebem. Só sabem que, diante de um tempo livre, ficam aterrorizadas. Viver velozmente vicia e a vida vai perdendo o significado. A utilização exagerada do carro é ao mesmo tempo um reflexo desse comportamento, como também um agravante para o quadro.
Se você é daqueles que querem se livrar da sensação de vazio quando dá uma parada para descansar, se precisa recuperar suas relações ou se simplesmente almeja encontrar um novo significado da sua vida, experimente retornar à vida simples. Deixe o carro na garagem e passe a utilizar mais a bicicleta. Saboreie e simplicidade.

Modificando a visão do que é “ter posses”
Desde que o ser humano deixou de ser nômade, há dez mil anos, com a invenção da agricultura, o conceito de posse fez-se raiz da evolução e das tragédias humanas. A posse de dinheiro, metais preciosos, boas vestes, carros e celulares de última geração simboliza poder. Portanto, cuidado com o que sonha ter. Certifique-se de que no pódio final de seus sonhos tenha lugar para mais de um.
As relações são fragilizadas à medida que se dá valor demasiado às posses, à aparência e à fama. Não se compra a “felicidade” da festa pagando caro pela roupa. Você é merecedor(a), mas nunca perca de vista a liberdade da alma em relação aos bens materiais.
Bicicleta é sinônimo de simplicidade. Não tem preferência de classe social. Pedalar é conquistar a liberdade para ir aonde o carro não pode ir: paz de espírito, simplicidade, boa forma, preservação da natureza.

Pobre é quem muito deseja
A suprema conquista não vem da ambição, mas da liberdade e da paz espiritual, obtidas justamente no abandono de alguns desejos. O desejo é inimigo do sossego, afirmava Epicuro de Samos, que viveu de 341 a 270 a.C. O sempre inspirador Sêneca nunca foi tão atual. Para ele, pobreza não é ter pouco, mas desejar muito.

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